Mundo paralelo

Crio um novo mundo.
Renovo o que esmoreceu,
restos de vida sem vida,
fragmentos de histórias vencidas,
validades não prescritas.
 Reporto o que aqui não cabe,
deporto o que me faz mal.
Fujo do que deprime,
não me apraz o que suprime
o riso, a essência, a matéria...
 Não carece ser prima...
Basta ser compatível
 ao se encostar em minha pele
e arrepiar tantos sentimentos
abarrotados em mim.
 Que eu possa vesti-la
e me sentir confortável
em meu jeito simples de ser,
ainda que em tempo instável,
 sujeito a mortes, decepções,
 intolerâncias, prisões
 e sonhos caçados.
 
Então perco o chão
na transcendência,
 eloquência
 impaciência
de levar meu imaginário
(sem elo)
a um paralelo
 mundo são.
 
 
Carmen Lúcia