Escondida na penumbra, eis que sobe,
uma sombra e acelera o meu coração.
Meu corpo ao meu peito se encolhe,
antes que perceba uma pasma sensação!
Desvio meu olhar ao meu primeiro objetivo,
E um gato preto agourento corre ao meu lado!
De novo, arrepiado e repreensivo,
Baixei minha guarda, eu que sou o culpado!
Se corro ou se vejo, num instante analiso.
Correndo não saberia do quê e nem por onde,
mostro a falta de bravura, no que for preciso.
Meu revide se apequena e comigo se esconde!
Neste lapso de instante, no fio da navalha,
se vejo, travo como em um filme de terror,
uma aguerrida e vitoriosa batalha,
ou o meu corpo, indefeso de pavor!
Mais forte que a coragem é minha curiosidade.
Como pode ser perigoso se nada escuto?
Sem sombra de dúvida olhei e na verdade,
Se não conheço e não penso, não exorcizo o vulto.
O escuro da vida, que Platão ilumina,
é povoado de fantasia e alucinação!
Um medo do nada, em cada esquina,
de si mesmo alimenta, sem a razão.
Guilherme dos Anjos Nascimento
A razão deve sobrepor à crença. Luz da ciência, nestes tempos difíceis!
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