Os corvos iniciam rituais de bailados,
Dançam freneticamente diante das covas,
Pois estão embriagados e apaixonados
Pelo odor mefítico das podridões novas.

Gritam em pleno ar, o apetite se renova
Sempre que chegam os corpos mutilados
Pela desdenhosa morte que não é trova,
Mas um infortúnio na vida dos flagelados.

Ah, carnificina! Nesta inorgânica panaceia
Os cadáveres sofrem efeitos duma odisseia
Donde se produz o manjar dos vis abutres...

Sem dúvidas, são manifestações macabras,
Os fúnebres são alimento predileto nas aras
Que ardem da felicidade dos que se nutrem!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan de Oliveira Melo
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