ADeus Solitário


Tantos momentos de uma vida intensa
Agora represados na arca da memória
Ficam preteridos diante da dor imensa
Saga da história de um fim sem vitória

Na solidão dos alarmes, tristeza eterna
De quem vagueia lento sem documento
Vai sem lanterna em direção à caverna
Carrega no peito o tão cruel sofrimento

Distante da morada e da família amada
O espasmo indizível por um ser invisível
Que faz curvar o mundo ao pior inimigo

Na calada da madrugada feriu a espada
Sem ser esperada pela massa cansada
Grito da natureza ou de Deus o castigo?
Marco Antônio Abreu Florentino


Soneto que faz referência solidária às vítimas do coronavírus que apresentaram complicações e foram obrigadas a ficar internadas e isoladas em UTI´s, principalmente as de condição terminal, na grande maioria idosos, que se viram na terrível situação da consciência do seu fim distante dos entes amados, imersos somente em seus pensamentos, lembranças de vida e eventuais carinhos da equipe médica que os atendem... ou atenderam.

https://youtu.be/LIJzzqtw8qk
(Balada Número Sete - Moacir Franco)

Marco Antônio Abreu Florentino
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