Nuvens de chumbo desabam sobre a terra
E deixam sequelas sobre cerrados e campos...
Quando viaja, a madrugada acende o dia,
Ofuscando a noite diante do febril horizonte.
 
O Sol dardeja sua luz dentre mares que choram
A impossibilidade de umedecer o chão gretado,
É como se fosse proibido gotejar sobre a vida
E alimentar a natureza que ruge e ruge, sedenta!
 
O tempo, amiúde, resvala-se nas horas cansadas,
Oblitera-se na vaidade das paisagens, o espaço vazio
Que, retém do solo, o húmus restaurador do enlevo
Edificador da saúde e das peripécias oníricas...
 
Traduzem-se as liberdades, enterra-se a escravidão
E tudo se metamorfoseia perante odisseias sutis!
 
 

 
De  Ivan de Oliveira Melo

Ivan de Oliveira Melo
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