Em meio ao sonho de estar contigo


Julguei-me livre para amar
Agradeci pelos instantes de vida que me deste
Esquecida das amarras que nos prendiam
 
Mas foi só a ilusão de um momento
E ao se desnudar a realidade
Voltamos ao mundo das escolhas que não temos
E meus olhos não conseguem ver
Pela dor que carrego na alma
 
Buscando alternativas para me manter em pé
Te deixei forte e decidida
Me escondendo triste e sozinha
Em busca de um refúgio seguro
 
Surpresa? Não... não eras para ser meu.
O pertencer que é e não pode ser.
E por um instante a ilusão tomou conta de mim
E fiz do sonho uma esperança de um talvez
 
A alegria que de mim transbordava
Apagou-se como a última chama
Deixando-me em cinzas de desilusão
 
Ingenuidade é que me tomou
Quantas ilusões consegui criar.... esse mar de insanidade
Quero ao meu mundo seguro voltar
Me trancar nos muros da certeza e sensatez....
 
O que farei de mim agora?
Sem norte, sul ou linha do horizonte
Viverei a constância do acontecer
Uma vida pautada e definida
Pela monotonia da tua eterna ausência
 
Aguardando o fim... bem-vindo
Do sentimento que ainda padeço
Moribundo filho de momento lindo
Perdurando enquanto não esqueço

Palavra forte para um simples fato: parar de criar e viver ilusões. Não é o fim de nada porque nada é nada. Mas pode ser o começo se você deixar. Talvez não hoje ou amanhã, mas o sol vai voltar.

BELO HORIZONTE

Sofia Couto
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