Não quero ficar só aqui.
também quero ir por ai
não quero ver rio encher
Só quero vê-lo escorrer
Não ver o sol morrendo
O kilimanjaro derretendo
Nem os Alpes sumindo
E os animais se extinguindo
Não ver faltas d'águas
Nem crimes sobrando
Nem que falte justiça
Nem ver árvore secando
Ver passarinho sem comer
Muitos animais na cidade
Os quero ver na natureza
Não quero mais carro do ano
Quero na trilha ir caminhando
Ver adulto sorrir sem malícia
Nem ter que me arrepender
Vou procurar estar no certo
E de alegrias poder dividir
Não posso me esquecer
Só quero me lembrar
Que quero mais viver
E também me apaziguar
Nunca mais o maldizer
Quero só o bem falar
Quero o que não foi dito
Mas que seja bem dito
Devo sempre agradecer
Não tendo mais atrito
Até quero me isolar
Mas um pouco conviver
Sentir o calor solar
Sem sombras deslumbrar
Não quero só noite escura
Quero também a luz da lua
Não posso ter alguma paz
Se no amor não a construí
Não quero ter por perto
Que não me faça feliz
Quero muito conversar
Se ver o brilho no olhar
Não importa ter um meio
Se não tiver para onde ir
Não quero um três quartos
Se não viver uns dois terços
Não quero ser um injusto
Pois quero sono com sonhos
Só quero o que eu posso
E nada mais do que isso
Não quero luz neon
Me basta os vagalumes
Sempre falar com o jardineiro
Não só com o empreiteiro
Não quero amigos letrados
Que não tenham a alma simples
Quero amigos sérios
Mas que saibam sorrir
Da caretice a distância
E o rir das inconstâncias
Quero que neste mundo
Não prevaleça desalentos
Que mantenhamos a esperança
Pois um novo mundo há de vir
"A joia brilha na mão calosa, suja de suor e de terra, de modo muito mais puro, mais intenso, do que nos dedos bem tratados de um ocioso, que passa seu tempo terreno apenas em contemplações." Abdruschin em Na Luz da Verdade - graal.org.br
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