Alma nublada


Como é difícil fazer o que é certo...

Os cabelos já mostram a sabedoria...

Mas a paz foi embora

E nunca mais voltou para morar...

A minha vida tem sido

Chorar e chorar e chorar...

A minha alma adoeceu...

E não para de sofrer...

Se existem pessoas como eu...

Se existem almas sedentas de não futilidades,

Onde mora o amor de Deus,

Nas quais a inteligência é transbordante

E a experiência é bela como um dia de sol no paraíso...

Não conheço...

Nunca vi...

Não me alcançaram...

Estou num canto de mundo

Onde não as encontro...

E onde o antigo mar bravio, em movimento, do meu ser

Não fez bonança...

Mas refletiu o céu cinzento...

O nublado gotejante...

E virou pântano...

Onde só conheço a noite...

Sombria...

Inesgotável...

E solitária...

 

 

 

22:12

Artur Nogueira, SP - 05/11/2018