Ilusões de Grandeza

Nós somos formados de esterco cósmico,

Subespécies movidas a coisas básicas.

Nem servimos de nutriente nas evoluções fásicas

Da humanidade e a vida com nosso intervir microcósmico.

 

Consoante a isso, somos totalmente inúteis.

Máquinas enferrujadas que caminham autônomas,

Mas para destruir e corromper, propagar comas

A tudo que tocamos com nossos saberes fúteis.

 

Mas temos um inexplicável orgulho.

Ânsias de superar o teorema divino, de ser imortal;

Ter onisciência para transcender a casca mortal

Ainda que seja para estar em um corpo de entulho!

 

Tudo o que fazemos e idealizamos é imperfeito.

O ser humano é uma criatura de falha e tristeza

E mesmo suas boas intenções danificam a natureza,

Já que sempre há o ganho pessoal em seu pútrido peito.

 

Inventamos desculpas e nos escondemos em conchas

De idealismos míopes à prova de danos e choques.

Agimos como primitivos amoques,

Mas nós é que seremos devorados feito tronchas!

 

Tudo o que tocamos se corrói, não se transforma.

Tudo o que criamos parece ser usado como arma.

Somos espíritos maus, mas o bem não nos alarma,

Pois tentamos pervertê-lo ao belveder de nossa forma!

 

Fica claro que a grandeza humana é uma grande ilusão.

Tudo o que de mal fazemos é precedido de lógica,

Mas imperfeita... É como a paixão fisiológica

A continuar os ritos de demonizar e procriar nossa civilização.