Nestes Dias de Glórias,
Em que os céus num desafogo
Derramam-se em chuvas;
Em que a natureza num arroubo
Paramenta-se de verde,
De um verde-azul-oliva;
Em que os rios transbordantes
Avançam sobre os passeios;
Sinto falta de teus ares
A sussurrarem nos meus tímpanos;
Sinto falta do esfuziante esmero
Com que nos amamos.
Nestas noites de acalanto,
Em que o riacho desfia
Uma melodiosa sinfonia
De águas das chuvas aos cântaros;
Do teu colo, careço tanto,
Minha encantadora diva;
E de me perder no oblíquo
De teus segredos recônditos;
E de me alinhar ao altiplano
De tuas róseas curvas,
Inebriado com a bênção das chuvas.
Nestas manhãs aquosas de Minas,
Alagam-me teus olhos esverdeados;
E quanto mais eu os fito,
Tanto mais vivo, de ti, enamorado.
E feito a terra, vivificada
Pelas glórias das águas,
Vejo minha vida encantada,
Na tua presença que me fascina.