Rótulos...

Somos marcados e estereotipados todos os dias

No alucinante cotidiano de marcas e produtos.

Eu sou aquele que pensa ser despercebido,

Mas que, em verdade, tenho o sinal dos brutos.

 

Atribuem-nos números e funções sem sequer sabermos

Neste mundo que enxerga apenas o que quer.

Sociedade! Por que tenho que seguir tuas regras?

Por que etiquetaram o que nós somos

Ou o que deveríamos ser nas ruas de pedras?

 

Por que derivar ordem onde há tanto caos?

Por que explicamos tudo com base na moralidade,

Sendo que, por vezes, nela, há tanta falsidade?

Tenho que aceitar ser valete ou coringa

Em um jogo imperceptível onde o mundo se vinga?

 

Ou vou construir meu próprio eu na esquina de sei lá onde?

Andar como eu quero, alheio às maçadas

Do cotidiano e de quem nos governa...

Só em mim mesmo é que teria liberdade,

E nem isso, pois cartas marcadas são eternas!