Vestida de viver...

Quem realmente está ao seu lado quando o dia é arrastado e o pijama é quase como a segunda pele?

Quem consegue enxergar o peso das suas olheiras, um misto de resto de rímel e noites pesadas que insistem em não terminar?

O que fazer quando o coque é o melhor penteado, porque você simplesmente não vislumbra nada mais fácil e rápido?

Quem não quase se afoga no mar de si próprio quando a única forma de respirar é um mergulhar solitário no escuro e frio oceano de nossa imensidão?

As dores se curam ao longo do tempo, fato. O que ninguém consegue explicar é que esse tempo tem seu próprio roteiro, tentar encurtar esse enredo é sabotar a paz que nos aguarda lá na frente.

Compartilhar as mazelas faz parte do trajeto e ameniza, em um dos muitos artigos que a gente pesquisa quando o coração fica pequenininho se lê: solte a poesia na escuridão que te cega!

Há sempre uma semente esperando o terreno bom pra brotar, que saibamos limpa-lo dia a dia.

Vai chover, vai fazer sol, tem que adubar e regar.

Uma hora a flor renasce, forte e resistente ao bom e mau tempo.

Tudo sempre passa, a gente tira o pijama e se veste de viver!

Ana Laura Vianna Gasparini
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