A ausência é, em um só tempo,
Uma substância que esboroa;
Uma distância que agiganta.
Devagar, tira da mente da pessoa
O outro, de quem a saudade era tanta;
No outro, avolumam as lembranças.
Mas isso se deve à transitoriedade
Em que se situa a vida terrena.
Ora, o ser é a razão da felicidade;
Ora, já nem se sabe se vale a cena.
Como os astros no firmamento,
Há um instável bailar
De sonhos e pensamentos,
Que sublima a imagem no olhar.
Embora, a ausência faça descolorir
O meu retrato de teu olhar
E transforme em ruído minha fala,
És o lúdico de meu sorrir.
E nada poderá sublimar,
Em mim, tua essência rara.
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