CORAÇÕES DE PEDRA

 
 
Timidez libidinosa e apática
 
Traça um perfil semiárido...
Caatinga íntima sem ardor,
De uma secura sem palavras.
 
Pálida vergonha que esconde
Sentimentos sem vegetação
Em que o âmago é pura argila,
Solo inadimplente e sem amor.
 
Em lugar do húmus há rochas
Que não filtram a sensibilidade,
Por isso a sensualidade é nula...
 
Eterno verão, tudo fica enxuto...
Eis uma calamidade que atinge
Corações de pedra sem adubo!
 
 
DE  Ivan de Oliveira Melo

 
 

Ivan de Oliveira Melo
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