Já sentiste como se fosses um incômodo parasita,

E que o mundo inteiro estivesse prestes a te esmagar, ingrato?

Como se em ti enxergassem um inútil e pestilento rato:

Uma criatura ínfima e de uma miudez infinita.

 

Imagine que o universo em ti pisasse e tua garganta grita,

Um urro monstruoso, mas agudo, como um camundongo, de fato,

E ninguém se importasse contigo, ninguém firmasse qualquer trato

Para salvar tua existência pois que a vissem como maldita!

 

Somos todos ratos nos esgueirando de forma infame atrás de migalhas,

As quais homens de podre índole atiram a nós, meras falhas

De um experimento de vaivém que visava, em verdade, nossa falência...

 

Há aos olhos de todos homens e governos corrompidos.

Muitos estômagos roncam e são ávidos pela carniça, outros, bem nutridos.

Sempre haverá ratos para se esmagar por seres de incoerência...