Crise da vida moderna

Já depositei o melhor de mim em pessoas que não valiam um real.
Já dividi meu capital emocional com gente que só soube desperdiçar.
E os juros que o tempo cobrou de mim, quase levaram à falência meu patrimônio sentimental.
Já somei amizades que não me renderam em nada. Percebi que números, são números. E se não soubermos usá-los, nos perderemos.
Capitalizei experiências dos outros para agregar às minhas.
Daí obtive um pouco de lucro. Melhorou minha percepção da vida, das pessoas, das coisas.
Equalizei meus pensamentos e foquei no que valia ter minha atenção.
Já emprestei até o que não tinha pra ajudar alguém e a contrapartida foi uma decepção. Serviu de lição.
Já gastei palavras de conforto até esvaziar meu cofre de conselhos.
Vivi muito tempo no vermelho de mim.
Agora sou conservador ao investir em alguém. Assim como uma ação na bolsa, o tempo é o maior aliado.

 
Estou de olho no futuro, vivendo o presente, mas me baseando pelo passado.

São Paulo, 05 de fevereiro de 2015.

Carlos Eduardo Fajardo
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