1988


Embora o correr dos anos, quem pode apagar a memória?
Uma borracha que se passa e se exclui tudo o que se deseja...

Quantos risos já não foram dados?

Quantas pessoas já não passaram pela vida?

Alguns juram que ninguém é insubstituível

Afirmando que pessoas são como peças de reposição

Um que vai e outro que vem

E ninguém nem vai perceber ou sentir...

Quem me substituirá ou substituirá você 

Ao findar de nossos dias?

Se nem um por do sol substitui a outro

E nenhuma estrela substitui o brilho de uma outra que se apaga

E isto em meio a tantos brilhos que se fazem

Nenhuma outra ocupará o seu lugar

E ainda que brilhe mais

Não se encaixará tão perfeita a tal ponto
Que anule de qualquer memória a existência da outra

Pode ser que pessoas não são insubstituíveis nas posições que ocupam
Mas quanto pessoas, nenhum brilho substitui outro brilho
E por isto ainda me lembro de você