Vejo-te, ainda, apesar da distância e do tempo, linda...

Meiguice, beleza e mistério fazem, apesar do distante o próximo

 

Na viagem universal, onde nuvens condensadas se dissipam

E onde me movo no presente, a vislumbrar imagens do passado

 

O que poderíeis a mim oferecer?

"Pouco" já teria sido o esplendor, em  teu simples gostar

 

Por isso, a música que ouves agora e te faz chorar

É a melodia que ao poeta te liga, colocando-te num cenário
entre poetisa e musa

 

Ouço-te na batida do coração em descompasso

Sinto-te na compreensão das vírgulas e interrogações

 

Experimento-te no silêncio da volúpia avassaladora

Liberto-te do medo que aniquila e inerte põe a alma 

 

Eis-me aqui... pra te ouvir, entender, compreender...

Ainda que eu seja ou para ti me transforme

 

Apenas no ouvido pelo qual a ânsia do teu pensamento
aprisionado escape, livre, no tempo e no espaço...

 

E ainda que disso, afinal, nada me reste...

Poema nascido de viagens e lembranças que se eternizaram...

SSA, em noite de agosto de 2014.

Silvestre Sobrinho
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